Com o centésimo poema, este blogueiro entra de férias. A próxima atualização acontecerá dia 13 de janeiro. Abraços e beijos a todos!
Sobre o Fim
Dorme, sonho meu,
que eu já cansei de
tanto barco e tanta asa;
já nem sei mais a conta
dos abismos, dos avessos e vazios
que no fim atravessei por nada.
Dorme, sonho meu,
que (sim) a vida é crua;
mas aprendi que assim
é livre a rua, é nova a lua,
e não há mais chuva
para me prender em casa,
com a alma nua, à tua espera.
Dorme, sonho meu,
que sem ti
não há mais medo,
e não há mais chuva
para me prender em casa,
com a alma nua, à tua espera.
Dorme, sonho meu,
que sem ti
não há mais medo,
nem desejo, nem segredo;
só certa paz triste
(banhada de vermelho),
só certa paz triste
(banhada de vermelho),
e um coração
enfim ileso.
(por Filipe C.)