O primeiro poema de hoje é, na verdade, uma letra de música que me foi encomendada pela Priscilla Frade.
O outro poema, sintético e marginal, é dos que eu gosto de fazer, mas em geral não publico.
Volto a atualizar o blogue no dia 28 de abril.
Imagina
Quando esse moço
passa chegando da praia,
cheio de sol e mar no só-olhar,
será que ele sabe
que meu chão todo se abre,
e eu nem respiro mais?
Quando esse moço
fala, cheio de graça,
sobre uma besteira qualquer,
será que ele sabe
que eu paro tudo, até o tempo,
e fico até quando ele quiser?
Moço, chega perto teu ouvido
e ouve só comigo
o que eu tenho pra falar:
imagina só o que vai ser
se a gente se perder
quando a lua se apagar;
imagina só uma vida sem cortina,
cheia de avenida pra gente passear
(e se beijar, e se amar);
imagina se a gente namorar, moço,
imagina só se a gente namorar...
(por Filipe Couto)
Sobre a Lei Seca
Desde que te conheci,
não adianta mais esconder
minha vodca, meu uísque,
nem deixar
toda minha cachaça em casa:
só viver
já me embriaga.
(por Filipe Couto)