Olá!
Já expliquei aqui, neste nosso espaço, que poucas vezes a voz lírica dos meus poemas se confunde com a minha própria voz. Pra mim, a poesia é o momento da fantasia, das vidas que eu não vivi ou das que eu ainda vou viver ou das que eu vivo pelos outros. O poema de hoje, no entanto, é diferente. Talvez a tessitura não esteja tão boa. Talvez a mensagem não esteja tão bem trabalhada. Mas foi o que eu quis escrever. Ainda esta semana, eu publico aqui um outro, no estilo dos que vocês já se acostumaram a ler. Hoje, com a sua licença, vai este aqui.
FELIZ NATAL!
Sobre o Natal
A memória dos meus dias de criança
bate mansa hoje à minha porta.
Já não me importa mais ganhar brinquedos:
embora creia ainda ser um menino
(pois tenho medo de crescer sozinho),
não perco o sono, nem acordo cedo
na manhã de Natal, à busca do rastro
de um improvável Papai Noel.
Tudo de que eu preciso pra ser feliz
é ter as mãos sempre sujas de giz,
cuidar da minha família e dos meus amigos
(na terra e no céu)
e poder brincar com o lápis
num pedaço de papel.
(por Filipe C.)