terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Poema 100


Com o centésimo poema, este blogueiro entra de férias. A próxima atualização acontecerá dia 13 de janeiro. Abraços e beijos a todos!

Sobre o Fim

Dorme, sonho meu,
que eu já cansei de
tanto barco e tanta asa;

já nem sei mais a conta
dos abismos, dos avessos e vazios
que no fim atravessei por nada.

Dorme, sonho meu,
que (sim) a vida é crua;

mas aprendi que assim
é livre a rua, é nova a lua,

e não há mais chuva
para me prender em casa,
com a alma nua, à tua espera.

Dorme, sonho meu,
que sem ti

não há mais medo,
nem desejo, nem segredo;

só certa paz triste
(banhada de vermelho),

e um coração
enfim ileso.
(por Filipe C.)