terça-feira, 30 de junho de 2015

Poema 239

No amor, silenciam-se todas as palavras.
Há só uma luz que arde nos lábios e nos olhos:

"Entra, aqui é teu lugar; acha teu espaço, tua cadeira;
corre os jardins, colhe o que queiras;

e se precisares de paz,
meu amor,
dorme sob minhas estrelas."
(Filipe Couto)

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Poema 238

A vida anda mais perigosa e difícil a cada dia,
Coisa Amada. Por isso, te suplico. Vem comigo:
dentro do amor, há um barco para navegar.

E se o mundo não quiser nos deixar partir,
por muito precisar de nós dois pra se exibir,
dentro do amor, mora uma canção de ninar.

E aí a gente pode se esquecer de tudo, sonhar junto,
sem pressa ou medo, a vida toda num minuto.
Dentro do amor, eu e você, em qualquer lugar.
(Filipe Couto)

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Poema 237

Às vezes me isolo de tudo,
sem nenhum motivo aparente.

Quantos de vocês já não terão
passado por algum momento assim?

Se entendem o que eu agora digo,
sabem que não falo de solidão
(que ela pressupõe algo que foi tido,
e eu sei lidar com esquecimentos de mim).

O que sinto é de outra espécie.
Eu nada tive, mesmo quando achei que tivesse.

Sinto-me plenamente adiado:
sangue e nervos dormindo.

Sou pela metade.
Uma noite de domingo.
(Filipe Couto)