terça-feira, 30 de junho de 2009

Poemas 122 e 123

Com essa publicação, disponibilizo também o áudio do poema 39, Sobre Pipas. Para chegar rapidamente a ele, clique aqui.

Sobre a Primavera

De dentro do meu amor,

nascem todo dia
perfumes e cantos e calores.

Uma primavera inteira
(cheia de cores)

só pra mim
.
(por Filipe Couto)
Para uma moça que, ignorando as investidas amorosas do poeta, insiste em só dar atenção a quem não lhe quer bem

Enquanto
eles todos te talham,

teus olhos,
moça,

me atalham
.
(por Filipe Couto)

terça-feira, 23 de junho de 2009

Poema 121

Vida (Mais que a Vida)
decidir se a vida merece ou não ser vivida é responder
a uma pergunta fundamental da filosofia"
Albert Camus
(à amiga Patrícia K.)
No último (?)
frêmito das asas,

todo o vigor da vida
que já não morava
ali.

Há sim quem precise
fechar os olhos

(e se deixar longe)

para enfim poder ver
e ir
.
(por Filipe Couto)

Com essa publicação, disponibilizo também o áudio do poema 55, Sobre Partidas. Para chegar rapidamente a ele, clique aqui.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Poemas 118, 119 e 120

Com esta publicação, uma novidade há muito solicitada por vários leitores: a versão em áudio do poema ao final do texto. Volto a atualizar o blogue daqui a quinze dias, em 23 de junho.

Não deixem de visitar o meu outro espaço: As Primeiras Palavras ! Beijos e abraços!


Sobre o Tempo – meditação em três poemas

1.
Mesmo que muito eu me persiga,
creio que nunca me alcanço:

tenho horas de muita pressa,
quando tempo é de descanso;

enquanto o passado me carrega,
o futuro já me está fitando.

2.
Foi o próprio tempo (esse mestre impreciso)
que fez de mim esse todo inconstante,

com seu baile indeciso entre ir e vir
(ora para trás, ora para diante),

às vezes combinando
tudo que ainda não foi
com tudo que já foi antes,

sempre mudando, sempre ficando,
sempre dançando, dançando, dançando...

3.
Por isso é preciso tornar-se
inquilino do instante

(passear aquém ou além do destino,
mas viver de verdade no limiar do durante),

dançar com o rosto colado ao tempo,
e fazer de si seu mais terno amante.

Porque talvez
só realmente se alcance

aquele que de si mesmo
nunca se faz distante.

(por Filipe Couto)