Em comemoração às mil visitas em pouco mais de quarenta dias, deixo hoje dois poemas: o primeiro que eu escrevi e o último deles, finalizado esta manhã. Qual é qual? Deixo que o leitor perceba por si. Até segunda que vem!
Sobre Ilusões
Porque a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.
Cecília Meireles
Nada é assim.
O céu azul, lavado da madrugada,
as crianças se divertindo com os palhaços e suas piadas
e ela, ansiosa, me esperando à entrada da nossa casa.
Nada é tão bom assim. Nada.
O dia não aceita soluções simplistas.
Há sempre uma nuvem (distraída) embaçando a vista.
E os palhaços? Bem, nem sempre o artista
pode disfarçar sua tristeza (quanta ironia...),
mesmo com quilos de maquiagens e fantasias.
E ela? Pode ser até que ela me espere à porta
da nossa casa, ansiosa - ou aflita?-,
se armando para a nossa próxima briga...
Nada devia sequer parecer tão bom assim.
Porque, às vezes, tudo acontece como deveria
(nossos sonhos, nossa vida)
mas, quando a noite chega, deitamos,
sobre fantasmas, nossas cabeças
e (mesmo à nossa revelia)
as dúvidas pululam e as sombras se multiplicam.
(por Filipe C.)
Sobre o Silêncio
Quando a tarde ouviu
O adeus na tua voz,
Ainda chovia...
Uma chuva tímida e triste...
(a mesma chuva que insiste
em te manter em mim)
(por Filipe C.)