quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Poema 222

O raro vento que sopra 
no Rio em chamas de agora 

acarinhou os cabelos de uma moça 
que conversava com seu namorado, 
justo na porta do bar em que eu estava. 

Ele não se sentiu enciumado. 
Pelo contrário: achou graça 

e, com a ponta dos dedos, 
ajeitou um fio ou outro em frente aos lábios dela 
e ambos se encontraram, num beijo de novela. 

Simples, corriqueiro, tolo. Eu sei. 

Mas como me doeu, Coisa Amada, 
 ver duas almas de mãos dadas,

e não ter mais você.
(Filipe Couto)

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