Quando eu por acaso te encontrar nestas ruas,
Coisa Amada, proteja-me das tuas faces
(coradas, vermelhas), porque elas são flores,
e eu sou abelha: se juntas, mais que perfeitas.
E eu sei que não me notarás: tenho uns quilos
a mais, uns cabelos brancos e uma enorme
dificuldade de começar um assunto com
alguém cuja voz (tua!) silencia tudo.
Prosseguirei meu caminho. Sem ti. Mas ainda
te procurando ao fundo de cada garrafa de
cerveja, em cada fim de tarde que apareça.
Já me embriaguei demais nesta vida, Coisa
Amada, principalmente de poesia. E não
posso continuar desse jeito, nesse
desespero... Passa longe de mim. Agradeço.
Que assim seja.
(Filipe Couto)
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