quando nos sentamos à mesa - o Amor e eu.
Pedimos os cardápios,
escolhemos bebidas e pratos,
e, aos poucos, à luz de velas,
o Amor foi se tornando suave e claro pra mim.
Ele não era o brilho líquido,
estrelado e espumante, que nos foi servido
para saciar a sede.
Também não era o tempero,
algo amargo, algo doce,
aguçando corpo e desejo.
Lembro-me como se fosse hoje.
Naquela mesa, naquela noite, descobri:
o Amor é sobretudo a espera,
como eu jamais gostaria que fosse.
(Filipe Couto)
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