terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Poema 220

Por quase 14 bilhões de anos esperei por ela. 
Desde que o universo era apenas brilho, 
desde que não havia ainda o 'antes'. 

Claro, já houve cometas 
rasgando o céu do meu peito; 

houve estrelas e estrelas, 
em torno das quais gravitei desejos. 

Só não houve 'ela': 
minha casa, meu planeta, 

minha quintessência, 
minha constante perfeita 
neste Plano sem pé, nem cabeça. 

Eu, que já fui 
(quem me dera voltar a sê-la...) 
matéria densa e acesa.
(Filipe Couto)

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