sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Poema 206

A vida tem prazo, 
e não é de validade: 
há vidas longas e pequenas; 
outras curtas e imensas. 

A vida tem prazo, 
e só não se perder pelo caminho 
já é um milagre. 

E, se a vida tem prazo, 
manter as veias acesas sem propósito, 
ter um corpo sem uso, um coração sem pulso: 
eis a receita perfeita para um desastre. 

Mas ter um gosto de lágrima que resiste, 
ou de um beijo que (ainda) inexiste, 
ou de um carinho que passou... 

Talvez, amigos, talvez isso nos salve. 
(Filipe Couto)

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