segunda-feira, 22 de junho de 2015

Poema 237

Às vezes me isolo de tudo,
sem nenhum motivo aparente.

Quantos de vocês já não terão
passado por algum momento assim?

Se entendem o que eu agora digo,
sabem que não falo de solidão
(que ela pressupõe algo que foi tido,
e eu sei lidar com esquecimentos de mim).

O que sinto é de outra espécie.
Eu nada tive, mesmo quando achei que tivesse.

Sinto-me plenamente adiado:
sangue e nervos dormindo.

Sou pela metade.
Uma noite de domingo.
(Filipe Couto)

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