quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Poema 177

O céu de janeiro, 
no Rio, 
ora derrama azul, 
ora nos abraça cinza, 

e as mais das vezes nos embaralha a vista 
numa sucessão de púrpuras, limas e orquídeas. 

Mas o céu do Rio, 
em janeiro, 
também sabe ser negro,

cor que – lá de cima – mede faltas, distâncias, ausências 
e com que se pode matar a morte 

porque, quando não há nada, tudo se inventa.

(por Filipe Couto)

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