o encontro do lápis com a folha branca;
não do lápis pensado - preso a uma mão opressora,
certa do desenho - cuidadoso para não derramar
uma gota de sílaba ou de sentido fora do contorno;
mas do lápis que, imprevisível em seu curso,
projeta formas e linhas e retas que não existem,
e deixa a própria folha (tão branca) sem rumo.
O poema - lápis e papel em vida - só termina (começaria?)
quando aquele leitor ranzinza, que busca a verdade de tudo,
se perde mais e mais ainda.
(por Filipe Couto)
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