depois de tantos sinais fechados,
de tantas buzinas tentando mover o tráfego,
de tanta fumaça embaçando sonhos, diálogos,
poderia escrever versos ainda mais tristes que aqueles de outrora:
"A noite está estrelada, e tiritam, azuis, os astros lá ao longe".
Porque hoje não há estrelas, nem azuis, e os astros
são mentiras criadas por alguns malandros,
que andam enganando tantos moços e moças
com essa fantasia de prever destinos.
Hoje, na profusão das coisas acontecidas,
a noite se fez mais fria.
E quem tirita
(com a alma em fogo e agonia)
sou eu.
(por Filipe Couto)
Nenhum comentário:
Postar um comentário