1.
Por mais que eu me passe a limpo
em poemas e sonhos,
não te encontro, minha Coisa Amada –
meu labirinto, meu trabalho de Sísifo.
Então, te invento,
te crio.
2.
Diga: como saber quem é você,
se eu sequer sei quem sou?
(O tempo que vivo hoje é igual
a outro que passou. Mas qual?)
Recolho pelo chão roupas e dores
que são minhas, e não reconheço.
Tateio um escuro
de mim, Coisa Amada,
e tenho medo.
3.
Somos dedos da mesma mão,
filhos do mesmo delírio.
Somos um com o outro, Coisa Amada,
Quixote e Sancho contra gigantes
(e moinhos).
(por Filipe Couto)
2 comentários:
déjà vu.
postado quase no mesmo dia do ano passado.
- e segue incrível a cada leitura.
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