segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Poema 36


Sobre Gavetas (ou Gaveta de Guardados)

Na minha gaveta de guardados,
deixei todos os retratos,
todas as cartas e recados
(que você nunca me deu).

Escondi tuas amantes,
esqueci teu jeito errante,
esse teu jeito tão distante
(de quem nem me conheceu).

Larguei lá meus desatinos,
meus olhos, teu sorriso,
meus sonhos, teus carinhos
(todo amor que não valeu).

Fiquei só com esse meu medo,
com teu nome, meus receios.
Fiquei só com esse segredo
(esse silêncio todo meu...).


(por Filipe C. / musicado por Priscilla Frade)

9 comentários:

Anônimo disse...

DISPENSA COMENTÁRIOS!
Você abusou desa vez.

Beijos da "Mari" original, gordinho. ;]

Anônimo disse...

Dispensa comentários!

Anônimo disse...

Gavetas? Tudo que se sente, tudo que é segredo, tudo que é guardado...está na gaveta. Um cantinho pequeno, mas é aonde cabe os sonhos, desavenças, cartinhas, mando-não-mando, lembranças, todo o valor e o significado, e as pequenas ou muitas palavras nas folhas soltas, molhadas de lágrimas, amassadas de raiva. Quando abro parece que vem um mundo girando em torno de mim, mas ao mesmo tempo um silêncio infinito (todo meu)...

Guilherme Rodrigues disse...

iih ae
meu irmão, perdeu a linha total dessa vez

concordo com a mari
dispensa comentarios completamente

simplesmente sensacional !

grande abraço, hermano !

Amélia Losada disse...

Fabuloso ao extremo.

Agora eu quero ouvir. :P

hahahaha :*

Juju disse...

Quantas vezes deixamos guardados, ou escondidos (dos outros e de nós mesmos) certos sonhos, fantasias, bilhetes? Quantos momentos queremos esquecer, mas devido a importância tida naqueles pequenos instantes, não conseguimos?
Por esse motivo preferimos colocar tudo em uma gaveta inacessível, longe de mãos alheias. Talvez o façamos, para não ter a certeza de que, inevitavelmente, todos estes diversos sentimentos e objetos ainda mexem conosco; de forma positiva ou não. Talvez seja por medo. Medo que isso nos seja tirado. Medo que tudo volte à tona com um simples pensar. Medo de reviver olhares especiais, desavenças, sorrisos doces, atitudes inusitadas, palavras carinhosas, gestos amáveis. Medo que os segredos guardados com tanto cuidado sejam revelados. Então, restam somente os receios, e a sensação de que essas lembranças serão (sempre) parte de nós...

Ainda venho comentar aqui... Porém, mesmo que ninguém deixasse um recado sequer, não teria importância.
Afinal, seus poemas falam por si sós.
"O verdadeiro escritor, a despeito de toda dificuldade (...), consegue nos sensibilizar, nos aclarar e nos definir frente a nós mesmos".

Jéssica Quadros disse...

Há, mentira ...
Quero escutar.

Anônimo disse...

onde que a gente pode entrar para escutar??
desponibiliza pra gente, pq nesse você foi fabulosamente incrível!
parabéns, Couto.

Unknown disse...

que coisa linda...como sempre ne?
mas triste...muito triste...

parabéns, couto...