terça-feira, 21 de julho de 2015

Poema 242

Não é brincadeira:
o amor me deixou em carne viva;
qualquer carinho hoje já me dá agonia.

Vá lá:
pode ser que um novo amor me dê outra pele,
e eu enfim consiga aceitar uma ou outra carícia.

Mas é próprio do amor despelar-nos em água quente
para realçar de novo cada uma das nossas feridas.

Então,
só vejo um jeito de escapar dessa armadilha:
achar alguém que nos leve consigo, dentro de si,

que, mesmo em profunda dor ou desencanto,
nos ofereça abrigo e companhia.

(Filipe Couto)

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