Não de novo.
Avisem a ela.
Expliquem que agora
sou eu que estou em voo,
e não posso encontrá-la.
Não olho a olho.
Supliquem para que não me chame,
que meu corpo (sonho e sangue)
não tem medo do que aconteceu (antes).
Façam, amigos, façam das suas a minha voz
(hoje perdida em algum canto, em algum pranto)
e gritem e gritem que para sempre serei dela
e que por isso é que preciso partir
e me tornar outro.
Porque eu não posso mais.
Não de novo.
(por Filipe Couto)
Um comentário:
Pensei que seria um poema previsível, uma dessas canções do Roberto Carlos (classificando, não desdenhando)mas o final... 'partir para se tornar outro'. Fantástico
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