quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Poema 162

Não, eu não posso mais. 
Não de novo.
Avisem a ela.

Expliquem que agora 
sou eu que estou em voo,

e não posso encontrá-la. 
Não olho a olho.

Supliquem para que não me chame,
que meu corpo (sonho e sangue)
não tem medo do que aconteceu (antes).

Façam, amigos, façam das suas a minha voz 
(hoje perdida em algum canto, em algum pranto)

e gritem e gritem que para sempre serei dela
e que por isso é que preciso partir
e me tornar outro.

Porque eu não posso mais.

Não de novo.
(por Filipe Couto)

Um comentário:

Claudio H. S. Barbosa disse...

Pensei que seria um poema previsível, uma dessas canções do Roberto Carlos (classificando, não desdenhando)mas o final... 'partir para se tornar outro'. Fantástico