1.
Ninguém sabe quando ou onde a vida pode acontecer
(mas todos a procuram, todos a esperam).
Perdida nos passos febris da cidade,
ela passa distraída:
joga-se à frente de um, de outro desvia;
uns a ganham, brincam, enjoam,
outros a perdem (ficam loucos),
e muitos sequer a reconhecem.
2.
Mas, se ninguém sabe onde ou quando, saberia
por quê?
Por que ter essa ferida exposta ao sol
e ao sal do mundo?
Por que armar a bomba, tatear o escuro?
No meu quarto
(que poderia ser qualquer quarto deste Rio pintado de gritos),
há uma janela, uma cama
e uma esperança que me sussurra ao ouvido:
"– Moço, deixa disso... Dorme pra esquecer..."
(por Filipe Couto)
2 comentários:
Filipe,
Sinto que você está pegando ritmo e, a inspiração criativa, voltando a despertar com energia revigorada. Bom para nós que acompanhamos a qualidade refinada da sua arte.
"Ouça um bom conselho
Que eu lhe dou de graça
Inútil dormir que a dor não passa
Espere sentado
Ou você se cansa
Está provado, quem espera nunca alcança" (Chico Buarque)
; )
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