terça-feira, 19 de maio de 2009

Poemas 116 e 117

Cantiga

Quando parar de chover
(a alma já só umedecida)
ainda haverá dia, meu bem.

E entre as tantas ilhas d’água,
por todo lado espalhadas,

ainda haverá cigarras
(muitas e muitas cigarras)
perto, longe, onde-for,

zunindo bem alto
pra se deixar notar,

esperando um só olhar
pra se perder de amor.

(por Filipe Couto)

Sobre Vaidades


Por que
(distraída ao espelho)
só enxergas a ti mesmo,

e não a parte que te falta:

a parte em que
se encaixa exato
o espaço do meu beijo?
(por Filipe Couto)

7 comentários:

Anônimo disse...

Lindos poemas! Porque tanto tempo sem postar?

Ana Clara disse...

"a parte em que
se encaixa exato
o espaço do meu beijo?"

Perfeito Sobre Vaidades!

Bernard R. Cal disse...

Fiquei muito feliz em saber possível uma pessoa ser conhecida quanto a história da literatura e também fazer poesia. Gostei muito dos poemas, principalmente da ultima estrofe do primeiro.
''esperando um só olhar
pra se perder de amor.'' Acho que traduz muito bem o estado de muitas pessoas, esse estado de estar disposto a perder-se mas sem a coragem de começar. Enfim, parabéns e um abraço.

Ana Luiza disse...

Melhor post do blog! adorei =)

Dênis Rubra disse...

Lindos! muito lindos!

Aline disse...

Parabéns por aqui também.. Pelo dia de hoje e por tudo escrito aqui!
Aposto que pensa que eu sumo.. É ruim, hein.. =]
Beijo

Filipe disse...

1 - ANÔNIMO, às vezes preciso de tempo mesmo pra escrever... Penso muito antes de cada coisa que publico aqui!

2 - ANA CLARA, obrigado pelo carinho!

3 - BERNARD, valeu pela observação cuidadosa! Abração!

4 - ANINHA, que bom você ter gostado!

5 - DÊNIS, valeu a visita de sempre!

6 - ALINE, não deixa mesmo de vir visitar! =))