lavado de lágrimas,
nem se pode reconstruir com palavras
os carinhos que o verão levou.
Mas que importa um nome,
se no céu clandestino que hoje sobre mim desaba
há tantas nuvens, tantos calores e perfumes?
Seria um nome capaz de controlar a queda
deste corpo de vigas carcomidas
e veias abertas?
Um nome se inventa:
te chamo “saudade”, “bobeira”,
“amor”, “perigo”, “vida”.
Mas não se inventa este suspiro
lavado de lágrimas,
que, nesta noite,
me faz companhia.
(por Filipe Couto)
Um comentário:
Filipe,
Belíssimo e intenso nas expressões dos sentimentos reprimidos. Meu camarada, apenas uma contribuição, se me permite. Creio que faltou a preposição no verso "Seria um nome capaz controlar a queda".
Um grande abraço.
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