quinta-feira, 28 de março de 2013

Poema 165

Não tem nome este suspiro 
lavado de lágrimas, 

nem se pode reconstruir com palavras 
os carinhos que o verão levou. 

Mas que importa um nome, 
se no céu clandestino que hoje sobre mim desaba 
há tantas nuvens, tantos calores e perfumes? 

Seria um nome capaz de controlar a queda 
deste corpo de vigas carcomidas 
e veias abertas? 

Um nome se inventa: 
te chamo “saudade”, “bobeira”, 
“amor”, “perigo”, “vida”. 

Mas não se inventa este suspiro 
lavado de lágrimas, 

que, nesta noite, 
me faz companhia.
(por Filipe Couto)

Um comentário:

Carlos Bianchi de Oliveira disse...

Filipe,

Belíssimo e intenso nas expressões dos sentimentos reprimidos. Meu camarada, apenas uma contribuição, se me permite. Creio que faltou a preposição no verso "Seria um nome capaz controlar a queda".

Um grande abraço.