Sobre Despedidas
Era ela (só ela...) quem povoava
meu mundo quando a noite vinha apagar
as cores e os perfumes de todas as flores.
Era ela (meu deus...era ela...) quem tecia
metros e metros dos sonhos (que eu vestia),
e das palavras (que me criavam lindas fantasias).
Foi ela quem rabiscou a minha identidade,
brincou de esconder com os meus olhos,
pulou corda com a minha sanidade...
Mas, um dia , esqueceu-se da minha voz, das minhas carícias,
perdeu meu endereço, jogou fora minhas camisas,
apagou as marcas do meu corpo, rasgou as minhas fotografias,
e sumiu como uma estrela, das que se escondem ao nascer de um dia...
(por Filipe C.)