terça-feira, 24 de junho de 2008

Poemas 68, 69 e 70


Três poemas bem concisos hoje: não estranhem a ausência de título e de parênteses!
Obrigado pelas mais de oito mil visitas ao blogue e pelos mais de vinte e cinco mil cliques neste endereço.
Boa semana a todos!


I
Teus olhos azuis
na tua pele morena

(como pode o mar inteiro
caber exato nessa cena?)

(por Filipe C.)

II
De hoje em diante
será preciso muito agora

pra acabar de vez
com esse tal de antes.
(por Filipe C.)

III
Amor sem nuvens:

alma ancorada
num porto azul.
(por Filipe C.)

terça-feira, 17 de junho de 2008

Poemas 66 e 67


Sobre Suspeições


Saio à rua
como quem se oculta
(ando pelos cantos, sem chamar atenção).

Não confio
nas intenções da vida:

já anda pesada
a sacola em que levo o coração.

(por Filipe C.)

Sobre Lápis de Cor

Espalho meus lápis de cor pelo chão.

Há tanto tempo
entendo que precisas de espaço...

Mas eu queria
te desenhar um desenho bem bonito

em que eu mesma me fizesse
céu, sol, passarinho, vento, moinho

(ou algo qualquer que te mostrasse
como seria leve minha vida em teu caminho).

Para que tudo fique perfeito,
não me importa usar toda minha caixa,

minhas folhas e borrachas,
porque (além de ti) não desejo nada.

A única coisa que me faz hesitar
é esse medo de o tempo

apagar meu desenho
antes que o queiras olhar
.
(por Filipe C.)

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Poema 65 - "Edição Especial"

Olá!
Há um ano escrevi aqui o "Sobre Tempestades", poema de que eu gosto muito, mas que fala sobre separação, o que de maneira alguma combinava com a data em que foi publicado. Isso de certa forma me incomodou e, para tentar me redimir, neste ano resolvi fazer uma edição especial do blogue. Espero que vocês gostem...Enamorados ou não!


Sobre Namoros

Ouve:
agora tu não podes mais me deixar.

Porque é só pelo teu corpo
que conheço a medida do meu;

e sem teus olhos, sem teu rosto,
meu próprio espelho se perdeu.

Ouve:
teu lugar não é mais a meu lado.

Porque agora
tu já estás em mim.

E não podes me trair.

Afinal, como seria
ser quem sou (e viver comigo)

se de mim mesmo estivesse separado?
se de mim mesmo fosse temido ou odiado?

Ouve:
eu te amo.

E porque te amo
mais do que alguém imaginaria,

desaprendi todos os meus limites,
e hoje sou pessoa além do que merecia.
(por Filipe C.)

terça-feira, 10 de junho de 2008

Poema 64


Sobre a Pureza

Amo quia amo, amo ut amem*
Será que é preciso
que tudo na vida tenha
um sentido (um objetivo, uma razão)?

Será que uma cor só é cor
nas asas de uma borboleta?

Será que um perfume só é perfume
na flor mais bonita da estação?

Se perfumes e cores
não precisam de borboletas e flores,

então também meu amor
(seja mocinho, seja bandido)
não precisa ser correspondido:

ele pode, de verdade, viver sozinho
sem receber sequer aprovação.
(por Filipe C.)

*amo porque amo, amo para amar

terça-feira, 3 de junho de 2008

Poema 63


Sobre o Azul
ma è proprio colpa tua
se provo un brivido blu
Tua voz.
Cor de impossível mar.
Arrepio azul.

Não navego.

Mergulho.

(até ficar sem ar)
(por Filipe C.)